Vida Selvagem
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Curiosidades e imagens da bela vida selvagem.

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Criado em 28/01/2017 por @vanessafleur
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4. A maior parte das abelhas não morre depois de usar o ferrão

Muitas vezes, o uso do ferrão por uma abelha é considerado, na prática, a sua sentença de morte. Isto é verdade para a abelha-do-mel. Neste caso, o ferrão tem uma forma serrada que faz com que este fique cravado no alvo depois do ataque da abelha, com a abelha que o usou a morrer pouco depois da terrível ferida que sofre ao ver esta estrutura arrancada do seu corpo.

O mesmo não se aplica à generalidade das espécies solitárias, em que não existe um incentivo evolutivo para morrer pela colónia, uma vez que não existe sequer uma colónia. Ao contrário das abelhas-do-mel, em que os indivíduos com ferrão são não-reprodutores, a melhor maneira para uma abelha solitária perpetuar os seus genes é reproduzir-se.
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5. Numa colónia de Apis mellifera, algumas das abelhas são literalmente mais do que irmãs
Numa colónia, a única fêmea reprodutora é a rainha. E sendo o sistema de determinação sexual das abelhas haplodiplóico, um dos sexos (no caso, o macho) desenvolve-se a partir de ovos não fecundados, herdando apenas uma cópia de cada cromossoma (é portanto haplóide, tendo um número de cromossomas n). Já os ovos fecundados dão origem a fêmeas (diplóides, ou seja, com um número de cromossomas 2n, duas cópias de cada um) que não se reproduzem. Devido a esta particularidade, algumas das abelhas, se filhas do mesmo macho, cujos gâmetas são todos idênticos entre si, partilharão em média 75% do seu ADN, em vez dos normais 50% entre irmãos. São assim uma espécie de super-irmãs, mais geneticamente relacionadas entre si do que com qualquer um dos progenitores.
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A imagem da abelha-rainha no centro e uma série de obreiras não-reprodutoras a assegurar as várias funções necessárias à sobrevivência do grupo numa colmeia entrou no nosso imaginário colectivo como símbolo de cooperação, mas não nos conta a história de uma vasta quantidade de espécies solitárias.
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6. A representação das abelhas na cultura popular é multifacetada
Nas artes, a representação das abelhas segue geralmente um de dois caminhos. Ora, são apresentadas como seres aprazíveis e benevolentes, ou até como modelos de comportamento – é o caso da famosa Abelha Maia ou de Barry B. Benson, protagonista de Bee Movie. Ora, constituem uma ameaça – em filmes de terror como o infame O enxame, de 1978, The Deadly Bees, de 1969, ou numa cena de tortura no remake do filme The Wicker Man, de 2006. Também na série Ficheiros Secretos, as imagens de abelhas portadoras de varíola e de vírus alienígenas são recorrentes.

Adicionalmente, as abelhas aparecem na cultura popular de forma simbólica. No filme O Espírito da Colmeia, de Victor Erice, as colmeias que o pai da protagonista mantém simbolizam a falta de humanidade do regime franquista. Já em The Hive, da albanesa Blerta Basholli, a colmeia representa o espírito de interajuda de várias mulheres viúvas de homens caídos na guerra do Kosovo que, mesmo sob o olhar reprovador de uma comunidade patriarcal, se unem para construir o seu próprio negócio e se tornarem independentes economicamente.

Em Portugal, Uma Abelha na Chuva, livro de Carlos de Oliveira adaptado ao cinema por Fernando Lopes, desafia o leitor a imaginar uma abelha a tentar voar na chuva como metáfora de uma crise conjugal irresolúvel e de um país oprimido por uma ditadura cinzenta. Mais recentemente, e lá fora, as abelhas continuam a enxamear páginas de literatura, em The Bees, de Laillana Paul, uma distopia escrita do ponto de vista de uma abelha, ou em Abelhas Cinzentas, de Andrei Kurkov, recentemente editado em Portugal e que conta a história de um apicultor na Ucrânia dos nossos dias.
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Não pulem sem saber se é seguro. A natureza é mesmo selvagem.
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Parece que ela ia cantar: I feel good...

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