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Bicho-folha

Quando você pensa que já viu tudo, a natureza vai lá e te surpreende. As espécies animais e vegetais existentes são tão infinitas e belas que é impossível não se encantar com novas descobertas. Mas imagine uma espécie em que você até se confunde se é bicho ou planta. Estamos falando do bicho-folha.

O bicho-folha é um inseto que imita uma folha de árvore, o que o ajuda a confundir seus predadores. Da família dos tetigonídeos, algumas espécies são tão perfeitas que até parecem ter sido parcialmente roídas por insetos ou manchadas por fungos: é incrível.

Outra coisa que confunde seus predadores está na maneira de andar. O inseto balança seu corpo para frente e para trás, semelhante a uma folha flutuando. Esse sabe se camuflar direitinho.

Mas nem todas as espécies se assemelham a folhas. Algumas parecem mais com cascas, lascas de árvore e até líquens.

Em primeiro lugar, o bicho-folha pertence à ordem do Ortópteros, que significa ‘asas retas’. Além disso, essa espécie faz parte da família tetigonídeos, conhecidos pela excelente arte do disfarce.

Essa arte do disfarce é consequência do mimetismo Batesiano, um mecanismo adaptativo que ocorre quando a espécie mimética e o modelo vivem na mesma região geográfica. Esse mimetismo é consequência do habitat natural do bicho-folha, que vive em bordas de florestas e clareiras, especialmente na copa das árvores.

Origem
A origem do inseto-folha é datada das explorações portuguesas. Nesse sentido, a primeira documentação do bicho-folha foi realizada pelo pesquisador Antonio Pifagetta.

A princípio, Pigafetta é conhecido por ter participado das explorações do português Fernão de Magalhães e sua tripulação. Entre as excursões notáveis desse explorador português está a viagem para as Índias, no século 15.

Como membro da tripulação, Antonio Pigafetta estudou e documentou a fauna da ilha de Cimbonbon. Basicamente, quando o navio em que viajava aportava para reparos e abastecimentos, o pesquisador partia em sua exploração pessoal.

Em uma dessas explorações, o pesquisador encontrou o bicho-folha. Nos registros de Pigafetta, o pesquisador documentou as observações sobre a espécie deste inseto:


“Nesta ilha, também são encontradas certas árvores, que têm umas folhas estranhas: quando caem no chão, ganham vida e andam. São como folhas de amoreira, mas não tão longas, pois tem o pecíolo curto e pontudo, e perto do pecíolo têm em cada lado dois pés.

Se forem tocadas, eles escapam, mas se esmagados não soltam sangue. Eu mantive a folha por nove dias em uma caixa. Quando abri, nem tive tempo de olhar direito enquanto fugia, acredito que elas vivem de ar.”
@vidaselvagem