🖤 • Essa foi uma fase complicada. Eu ficava com um menino e as músicas foram feitas baseadas em algumas coisas que realmente aconteceram e outras que vieram da minha cabeça. Mas essa foi um caso engraçado. Durante a semana era tudo lindo, mensagens, troca de carinhos, só que no fim de semana ele sumia. Até que um dia a gente se encontrou numa festa e eu fiquei com um cara que estava me paquerando a noite toda na frente dele.

🖤 • Na música, quando eu digo "Eu te entreguei meu corpo, entreguei tudo de mim, mas você correu solto", é exatamente isso que eu vivi.
"Você ainda não é meu, como você nunca foi antes" resume bem o sentimento de estar se doando pra alguém que nunca se entregou de verdade. Para colocar um ponto final em algo tem que querer e querer muito.

▶️ • 'Elizabeth Was A Dark Queen, vem trazendo um toque diferenciado ao disco, com uma nova linha lírica e temática: um eu lírico que está em espiral perdendo a sua cabeça. Qual ou quais foram as coisas que te inspiraram a escrever essa faixa?

🖤 • Era pra ser totalmente um delírio, sabe? Aquela dúvida constante o que é real, o que não é... isso tudo tá só na minha cabeça ou realmente tá acontecendo? É meio nessa vibe tipo aquelas vozes que as pessoas dizem ouvir, kkk.

Quando eu canto "Uma rainha vai cair esta noite" é como se ela estivesse tentando assumir o controle. E aí vem os versos "Fica quieta, me deixa falar com você. Estou cheia de raiva, você não pode assumir meu lugar, Fica quieta, não vou repetir" tudo isso meio que acontece dentro da cabeça dela... ou não?

🖤 • Acho que é a minha letra mais diferente de tudo que já fiz, e ela tem um espaço enorme no meu coração. Vai ser single, com certeza.

A inspiração veio muito dessa ideia de conflito interno quase como se fosse uma luta entre duas versões de si mesma, uma tentando se manter firme, enquanto a outra explode por dentro. É sobre esse limite entre sanidade, raiva, e poder pessoal. Quis brincar com essa parte do emocional e o imaginário.

▶️ • 'Caught By The Shadows' é o perfeito retrato de um período no qual você se entregou aos seus vícios e hábitos mais autodestrutivos. Creio que este deve ter sido um periódo sombrio de sua vida, então qual foi a coisa mais difícil na hora de compor ela?

🖤 • A parte mais difícil de compor Caught By The Shadows foi encarar de frente o que eu realmente estava vivendo. É uma música muito crua que fala sobre um período onde eu me afundei em hábitos autodestrutivos como uma forma de lidar com a dor. Essa letra foi como reviver tudo isso sabe, a sensação de vazio, a repetição dos mesmos erros e principalmente essa dualidade entre querer sair e ao mesmo tempo gostar do fundo do poço porque ali pelo menos a dor era já era conhecida.

▶️ • 'Details', oitava canção deste trabalho, é a mais conceitual e abstrata; usando, e muito, de metáforas para transmitir a sua mensagens. Contudo contém linhas como:

Mas vejo uma história a cada passo /Memórias de um tempo que nunca vivi / Que podem ser minhas se eu me deixar levar / Aqui, posso cair do céu como uma ave / Voando até minha presa, indo ao chão

▶️ • As linhas mencionadas anteriormente demonstram um certo desejo, uma ânsia e uma angústia. Quando a escreveu, o que você sentiu e qual mensagem gostaria de passar com esta canção?

🖤 • Quase como se estivesse observando minha própria vida de fora, tentando encontrar sentido nas pequenas coisas. A música fala sobre uma jornada interior, que se traduz nesse "planeta desconhecido" como um espaço simbólico onde tudo é novo, estranho, bonito e ao mesmo tempo é assustador.

🖤 • Quando eu falo em "memórias de um tempo que nunca vivi" ou "posso cair do céu como uma ave" são sobre desejos não realizados, vidas que poderiam ter sido, caminhos que não escolhi, mas que ainda me rondam. É uma angústia suave, um anseio por algo que talvez nem exista, mas que  de alguma forma me move.

🖤 • Queria passar com essa canção é que mesmo em meio ao desconhecido, a confusão ou ao vazio, ainda existem sinais nos pequenos detalhes que nos conectam à vida, ao amor e à nossa própria essência.

▶️ • O álbum se aproxima do encerramento com 'What's Really Matters' e esta é uma colaboração com o também idol Junggaram. Como se deu a escolha dele para participar desta faixa e como foi trabalhar com ele nesta música?

🖤 • Eu apenas convidei o Junggaram para a cancáo, perguntei se ele toparia participar e ele disse que sim, um amigo de longa data.
A escolha veio muito naturalmente. "What's Really Matters" é uma música sobre força interior e superação e eu sentia que precisava de uma voz que trouxesse verdade e vulnerabilidade junto da minha. Ele tem essa entrega emocional que casa perfeitamente com a mensagem da faixa.

▶️ • O disco finaliza com 'Spell Me A Song' e novamente somos apresentados a uma canção bastante conceitual que, por meio de metáforas, fala sobre o desejo de viver novos amores mesmo após o término de um relacionamento tão conturbado. De que maneira se deu a concepção dessa canção?