Oi, gente, eu sou a Maggie Morris, como vocês estão essa noite? eu estou um pouco nervosa, confesso que, desde que recebi o convite para estar aqui hoje falando com vocês, escrevi e reescrevi muitas coisas, porque é estranho tentar colocar em palavras o que a música significa pra mim, justamente porque a música sempre foi a forma de dizer o que eu não conseguia explicar de outro jeito.

Desde a adolescência, senti que havia algo em mim que precisava sair, e a única forma que fazia sentido era escrevendo, era a minha válvula de escape.

Eu não componho músicas porque quero que soem bonitas ou porque acho que preciso dizer algo impactante, eu componho porque é o único jeito que conheço de entender o que estou sentindo, a música e a escrita me ajudam a dar nome ao que me assombra, ao que me anima, ao que me parte ao meio e ao que me reconstrói, elas me mostram quem eu sou, até quando eu mesma não sei.

Sou muito grata por poder transformar o que eu sinto em algo que ressoa fora de mim, é um privilégio e também uma responsabilidade, eu nunca quero escrever só por escrever, a composição é meu espelho, e mostra meu reflexo mais honesto, cada música que eu escrevo carrega pedaços meus, como os medos, desejos, versões passadas e futuras de mim.

A música e a escrita já me salvaram mais vezes do que posso contar, e se de alguma forma o que eu faço conseguir tocar alguém nem que seja uma pessoa só, então tudo já valeu a pena.

Obrigada por me ouvirem e me receberem nesse universo de uma forma tão especial.